Alfabeto Chinês

O alfabeto chinês é na verdade uma família de línguas que pertence ao ramo sino-tibetano. Aproximadamente a quinta parte dos habitantes da terra fala de alguma das variações do chinês. A língua chinesa é a mais falada no mundo, embora não seja a mais difundida.

Oficialmente, a China, Taiwan, Macau, Hong Kong e Cingapura adotam como oficial uma das variantes do alfabeto chinês, o Mandarim. O idioma é o dialeto mais falado em Pequim e região, consequentemente o mais falado no mundo todo. Além do mandarim, há o Wu, Yue, Min, Xiang, Hakka e Gan, todos falados em diferentes partes da China. Alguns pesquisadores classificam essas ramificações como línguas, o que torna o termo “chinês” uma grande família de línguas. Dentro da populosa China, tais variantes são vistas como dialetos – assim como no Brasil temos certos dialetos como o gaúcho, mineiro, baiano dentre outros.

É uma língua tonal, isolante e, basicamente, monossilábica, principalmente na variante escrita, enquanto as variantes faladas costumam fazer amplo uso de palavras polissilábicas.

Sinais do Alfabeto chinês

História


O sistema foi desenvolvido, há milhares de anos, para registrar a língua e os famosos caracteres ou hànzì. Sua versão original recebe o nome de ‘escrita oráculo em ossos’, por aparecer em ossos de bois ou tartarugas. A partir de então uma escrita enigmática, parecida com os hieróglifos egípcios foi se desenvolvendo, e de desenhos literais os caracteres passaram a reproduzir ideias, verbos e ações. Hoje, a maioria dos caracteres são ideogramas, e os pictogramas representam a mais antiga parte da escrita.

Na tentativa de combater o alto analfabetismo, o governo chinês desenvolveu em meados dos anos 1950 os caracteres simplificados, baseados em formas cursivas de escrita já em pratica entre a população. Atualmente, a norma na China e em Cingapura é o uso dos mesmos caracteres simplificados. Já em Macau, Hong Kong e Taiwan, permanece o uso do alfabeto tradicional. O Japão, que também faz uso dos caracteres em sua língua, realizou uma mesma simplificação. A pratica permite ao aluno superar este problema e o analfabetismo é reduzido a quase zero.

Além da China e do Japão, o Vietnã e as duas Coreias também utilizaram os caracteres para escreverem seus idiomas. Na Coréia do Sul, seu uso permanece em alguns contextos.  O domínio dos caracteres permite ao leitor compreender textos das línguas japonesa, coreana e vietnamita (além dos inúmeros dialetos) a um nível satisfatório.

Sistema de escrita


O sistema de escrita chinês é logográfico, ou seja, os grafemas são logogramas (ideogramas) que denotam palavras ou morfemas (fragmentos capazes de expressar significado). A escrita chinesa, em todas suas variantes, é caracterizada pela ausência de um alfabeto em si. Os logogramas não transcrevem os sons da fala (fonemas), e sim os significados, e cada grafema pode ser pronunciado de uma forma completamente diferente de acordo com o dialeto.

É comum que os logogramas sejam chamados de ideogramas ou hieróglifos. No entanto, os ideogramas representam ideias, sendo raros os sistemas de escrita essencialmente ideográficos. Cada grafema isolado é lido como com uma sílaba diferente. Quando a palavra tem duas sílabas, cada sílaba que a compõem é representada com um novo grafema.

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Ideogramas mais comuns

Apenas um pequeno número do total de caracteres são realmente ideogramas ou pictogramas. Para representar a ideia de ‘brilho’, por exemplo, combina-se as representações de 日 (sol) e 月 (lua), obtendo-se o ideograma 明. A repetição nesse caso levou à criação de um novo caractere. É o caso de 木 (árvore), 林 (bosque) e 森 (floresta), criados através da sua duplicação e triplicação, respectivamente.

O tipo mais comum de caracteres são os semântico-fonéticos, formados por dois ou mais elementos – o fonético que indica a pronúncia aproximada, e o semântico, indicativo do significado. Por exemplo, combinando 氵(água) e 木 (mú), têm-se ‘lavar o cabelo’. Este é o método mais produtivo para a criação de novos caracteres.

Com a complexidade e variação de objetos a serem nomeados, muitos acabam sendo representados por mais de um logograma, de modo que os caracteres, um ao lado do outro, formem um novo significado. Por exemplo, a palavra ‘computador’ (電腦) é representada com pela junção de ‘eletricidade (電) e ‘cérebro’ (腦).

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