O alfabeto português, de acordo com o acordo ortográfico de 1945, válido em Portugal, e no formulário ortográfico de 1943, esse válido no Brasil, consiste no alfabeto latino original, com 23 letras, sem as letras ‘k’, ‘w’ e ‘y’. Com o acordo de 1990 é restaurado o ‘k’ e o ‘y’ e introduzido o ‘w’, fazendo com que o alfabeto possuísse 26 letras. Entretanto, o emprego de tais letras fica restrito a algumas palavras estrangeiras não-aportuguesadas, símbolos, abreviaturas e em adjetivos e substantivos derivados de nomes próprios e palavras estrangeiras.
É importante ressaltar que o acordo de 1990 só entrou em vigor definitivo no Brasil, em janeiro de 2013. Essa reforma não interfere na língua pois ela não é passível de alterações por decretos, leis e acordos, portanto, o ‘novo’ acordo apenas unifica a ortografia. A língua permanece a mesma, o que muda de fato é a ortografia de algumas palavras, ou seja, a maneira de escrever-las. Os principais objetivos da mudança são a de melhorar o intercâmbio entre os países que falam a língua portuguesa, reduzindo custos financeiros com traduções, facilitando a troca bibliográfica e tecnológica, além de aproximar os países que têm o alfabeto português como principal idioma.
História
No século III, os romanos ocuparam a Península Ibérica. Contudo, só incorporaram o território ao Império no ano de 197 a.C.. Tal fato não foi pacífico. Houve resistência e muitas rebeliões. O Latim, língua dos conquistadores, foi aos poucos suplantando a dos povos pré-latinos. Os nativos adotaram, aos poucos, todos os costumes romanos inclusive esqueceram da própria língua. Chega a ser bastante difícil reconhecer a língua dos povos antes da colonização.
O latim implantado na Península Ibérica não era o adotado por Cícero e outros escritores da época clássica. O denominado Latim vulgar tinha um vocabulário reduzido, falado por aqueles que estavam muito preocupados com regras estilísticas do falar e do escrever.
O alfabeto português derivou-se do Latim vulgar. Sabe-se que o latim era uma língua corrente de Roma. A cidade italiana, destinada pela sorte e valor de suas bases, conquista, através de soldados, inúmeras regiões. Com as conquistas, consequentemente, o latim vai sendo levado a todos os territórios apropriados. As viagens favoreciam a difusão do latim.
O latim se difundiu acarretando falares diversos de conformidade com as regiões e povoados, surgindo daí as línguas românticas ou novilatinas. Românticas porque tiveram a mesma origem – o latim vulgar. Essas línguas são hoje conhecidas como português, espanhol, catalão, francês, italiano, sardo, rético e romeno.
No ocidente da península, o alfabeto latino sentiu certas influências apresentando características especiais que o distinguiam do ‘modus loquendi’ de outras regiões onde se desenvolviam as línguas românticas. Nesta região ocidental se fixaram os suevos (território que mais tarde pertenceria a Portugal).
Fases do alfabeto português
- Proto-histórica
Anterior ao século XII, com textos escritos em latim bárbaro (modalidade do latim usado apenas em documentos e por isso chamado de latim dos tabeliões).
- Português arcaico
Do século XII ao século XIV, com textos em galego-português; Do século XIV ao século XVI, com a separação do galego e o português.
- Português Moderno
A partir do século XVI, quando a língua portuguesa se uniformiza e assume características do português atual. A literatura produzida por Camões teve papel fundamental nesse processo. As primeiras gramáticas e dicionários também surgiram nesta fase.
Geografia do alfabeto português
O atual quadro das regiões de língua portuguesa se deve as expansões territoriais por parte dos lusitanos dentre o século XV a XVI. Assim que a língua portuguesa partiu do ocidente lusitano, desbravou por todos os continentes: América (Brasil), África (Guiné-Bissau, Cabo Verde, Moçambique, São Tomé e Príncipe), Ásia (Macau, Goa, Damão, Diu), e Oceania (Timor Leste), além de inúmeras ilhas atlânticas próximas da costa africana (Açores e Madeira), que fazem parte de Portugal.